sábado, 30 de março de 2013

Educar com amor para um mundo melhor

Escrevi o texto a seguir para o site da escola em que eu trabalhava. 
Boa leitura e espero que gostem!

Certa vez li um e-mail enviado pelo meu marido que falava sobre uma pesquisa feita por um psicólogo da USP para sua tese de mestrado. Por oito anos este psicólogo fingiu ser gari e percebeu-se como um ser invisível – o que o deixou bastante triste, pois até mesmo seus próprios colegas de trabalho simplesmente nem o reconheciam e o ignoravam.
Uma das conclusões a que ele chegou foi a de que as pessoas, em geral, enxergam apenas a função social do outro e aqueles que não estão bem posicionados na sociedade viram uma espécie de sombra social.
Não obstante, infeliz e ignorantemente, a profissão docente — que ouso dizer — deveria ser vista como a mais importante de todas — continua sendo desvalorizada em nosso país. Todos os profissionais das mais diversas áreas, que possuem salários exorbitantes, foram pequenos um dia e passaram por salas de aula nas quais aprenderam a ler, escrever e calcular com professoras como eu, de crianças.
Assim, acredito que faz-se mister que haja mais amor no mundo como um todo para que as relações interpessoais possam sofrer uma evolução em todos os sentidos possíveis.  Devemos não só ter amor ao próximo e tratá-lo com respeito e dignidade, mas, sobretudo, o amor deve estar intrinsecamente aliado à educação. Isto é algo cada vez mais necessário em todos os níveis escolares, em especial no período de Educação Básica que tem por função assegurar a formação comum indispensável para o exercício da cidadania.
Estamos a todo o momento vendo nos noticiários a antiga fala de que é preciso investir na educação para que o país torne-se de fato desenvolvido; todavia parece-me que apenas nós professores entendemos o real valor de nossa profissão e isso é algo bastante prejudicial que resulta no triste quadro educacional já conhecido. O que será que falta para os governantes perceberem o valor da educação?
É comum pensar que ser professor é uma tarefa fácil, simples e que requer pouco esforço, porém só ao abraçar verdadeiramente esta profissão, conseguimos vislumbrar a complexidade que é lidar diariamente com inúmeras realidades em sala de aula e, ainda, chegar a casa do trabalho e continuar trabalhando. Porque um ofício baseado no amor, como o do magistério, é atividade que não permite descansar, esquecer, abandonar.
Como educadora acredito que amar e educar são os melhores verbos que eu conheço e que, para termos um país melhor, precisamos de uma população bem educada. E, obviamente, não se pode educar bem sem amar o que se faz: amor é o ingrediente que falta para um mundo melhor!
Desejo que cada docente, mesmo com todos os desígnios do ofício, jamais se esqueça de sua importância como professor e coloque, aos poucos, pitadas extras deste sentimento em suas aulas, em seu jeito de ser e até mesmo em sua vida, pois com amor tudo fica mais fácil e é sabido que “o homem torna-se tudo ou nada conforme a educação que recebe”.

3 comentários:

  1. Adorei o texto. Realmente o professor deveria ser mais valorizado, principalmente os das séries inicias, pois acredito ser a fase mais difícil para se educar. Ouvimos tanto que professor tem que ser valorizado, mas nada se faz a respeito, e vejo até alguns professores menosprezando a própria classe.
    Mas acredito que um dia teremos nosso valor.

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  2. O blog esta com um layout bem agradável e texto utilizado para abertura é tudo de bom! Parabéns

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  3. Muito obrigada, meninas! Escrevi este texto com bastante carinho e ele reflete muitos dos meus pensamentos com base na minha vivência, pois a todo momento vejo professores nada amorosos que parecem descontar suas insatisfações com a profissão em seus alunos e isso me entristece completamente. Sei que nunca poderei mudar a educação, mas tenho extremo cuidado ao ser educadora, sempre buscando a qualidade, e não consigo dissociar minha atuação da transmissão de valores - tão esquecidos em nossa sociedade.

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